Thursday, July 19, 2007

A BIblioteca Digital

As grandes inovações ocorridas desde o início da década de noventa do século passado no âmbito das novas tecnologias da informação e da comunicação proporcionaram o desenvolvimento vertiginoso das edições electrónicas, introduzindo significativas alterações relativamente ao formato, aos meios e aos canais da edição até agora predominante – a edição impressa - e antevendo, pela quantidade de inovações a entrar permanentemente no mercado, ainda mudanças mais radicais, que põem seguramente em causa a edição impressa como o principal suporte de difusão de conteúdos no futuro. Não falamos em desaparecimento da versão tipográfica, mas apenas a perda da hegemonia na difusão de conteúdos.
Assistimos na actualidade a uma autêntica “revolução”, como lhe chama Roger Chartier, um momento único na história da Humanidade no que aos meios de produção, reprodução e difusão de informação diz respeito, uma vez que presenciamos alterações diversas, a ocorrer em simultâneo, respeitantes aos planos técnico, morfológico e material do universo da edição, em que essas mudanças se associam uma às outras e entre si se influenciam. Estas alterações são tão grandes e ocorrem tão depressa que nos obrigam a questionar tudo quanto ao futuro da edição diz respeito e a questionarmo-nos também sobre a própria forma como a sociedade da informação se organizará e gerirá a informação, produzida em grande escala.
Umberto Eco fala na passagem de uma memória vegetal para uma memória mineral, no sentido em que a edição impressa – a memória vegetal -, enquanto veículo de transmissão de informação predominante ainda no presente, dará lugar aos suportes digitais – a memória mineral – no futuro.
Estas mudanças tecnológicas têm implicações e repercussões nos mais diversos âmbitos da vida política, económica, social e cultural das sociedades de informação.
As bibliotecas, enquanto instituições que estão incumbidas de recolher e conservar documentos, maioritariamente impressos, e, simultaneamente, responsáveis pela sua disponibilização ao público, sob a forma de um catálogo organizado, são profundamente afectadas por estas mudanças, que obrigam a repensar os seus objectivos, a sua natureza, a sua estrutura funcional e as suas práticas.
Mais do que um espaço de recolha e armazenamento ordenado de obras, cujo acesso a biblioteca disponibiliza ao utente, com vista a que este as pesquise para obter a informação desejada, a biblioteca digital é um recurso que faculta ao utente a informação de que ele necessita. A biblioteca deixa de ser um espaço que põe ao dispor dos utilizadores os objectos transmissores da informação – as obras – para passar a fornecer a própria informação. A biblioteca digital oferecerá ao utente serviços que facilitam a pesquisa que anteriormente este era obrigado a executar sozinho, acelerando, deste modo, a selecção da informação pertinente de entre o grande número de informação disponível.
Esta redução de tempo gasto no acesso à informação permitirá ao utilizador demorar menos tempo na concretização da tarefa que se propõe alcançar e, por outro lado, tendo o utilizador acesso à informação seleccionada, ele terá a possibilidade de aceder a mais fontes de informação do que se fosse ele a fazer toda a pesquisa. Não olvidemos que o recurso crescente às novas tecnologias da informação e da comunicação permite a qualquer pessoa, cada vez mais rapidamente, produzir conteúdos. O primeiro problema do utilizador da biblioteca é, cada vez mais, conseguir gerir tanta informação. E neste sentido competirá à biblioteca criar serviços que facilitem ao utente uma pesquisa mais acelerada. È tudo uma questão de optimizar o tempo do utente.
A estrutura física da biblioteca também sofrerá profundas alterações pelo facto de ela deixar de ser um espaço que armazena um grande número de exemplares de obras impressa, que ocupam muito espaço e cuja manutenção e disponibilização exige da instituição a contratação de pessoal técnico em número significativo, uma vez que todos os serviços prestados são realizados pelos técnicos da instituição. As obras em suporte digital ocupam uma ínfima parte do espaço e a sua manutenção e disponibilização estará a cargo de um número bastante menor de técnicos, que, com o auxílio dos meios informáticos, assegurarão todas as tarefas e serviços. A biblioteca poderá não ter existência física no sentido de um espaço aberto ao público. A biblioteca digital poderá possibilitar ao utilizador o seu acesso a ela a partir de qualquer espaço físico onde haja Internet. Deste modo, a biblioteca dissemina-se pelo espaço. Em vez do utilizador se dirigir à biblioteca e esta que vai ao seu encontro dele em qualquer espaço. Isto permitir-nos-á aceder a qualquer biblioteca mesmo que não seja a da nossa escola, do nosso bairro ou do nosso município. Qualquer indivíduo poderá aceder através do registo prévio a bibliotecas geridas longinquamente.

Tuesday, July 10, 2007

Em 1970 Chico Liberato abre suas experiências plásticas para a animação a partir de roteiros de Alba Liberato abordando temas da cultura popular brasileira formada pelas matrizes indígena, africana e ibérica, em nove curta metragens de desenho animado.

O longa metragem "Boi Aruá" amadurece a linguagem desenvolvida pela dupla de artistas, que reúne na década de 1980 uma pequena equipe de pessoas interessadas em aprender animação e com ela cria o filme que se tornou uma referência na animação brasileira devido à força e pioneirismo no audiovisual como representante do imaginário sertanejo.

Neste momento novas obras estão em andamento, afirmando no cinema de animação brasileiro uma riscadura autêntica que se origina nas gravuras populares que ilustram a literatura de cordel.

O Filme "Boi Aruá"

Como documento do quotidiano no Nordeste do Brasil, mais especificamente o Sertão Catingueiro, o mito do "Boi Aruá" é fiel à gente que ainda hoje coloca na solidariedade seu mais forte recurso para enfrentar a dureza de uma região pobre sujeita a secas periódicas, quando o único jeito se torna migrar para os grandes centros urbanos, abdicando de sua imensa riqueza cultural.
Realizado na técnica manual na década de 1980 é um longa metragem que coloca em 7 desafios o confronto do fazendeiro Tiburcio, homem orgulhoso e cruel, diante do boi encantado que representa seu ego inflado, história que circula nas feiras populares em livrinhos que expressam simbologia de intensa poesia, a chamada literatura de cordel. Tem nos vaqueiros de Monte Santo, Bahia, as vozes dos personagens e como trilha sonora a sinfonia "Sertania" executada pela Orquestra Sinfônica da Bahia, criada para o filme pelo compositor Ernst Widmer incluindo a "Canção do Boi Encantado" de Elomar Figueira de Mello.
"Boi Aruá", que na versão em DVD tem 60 minutos de duração, compõe o transcurso de um homem que abdica do orgulho pelas respostas que a vida lhe traz, compartilhando finalmente os bens que farão dele próprio e de seus contemporâneos, pessoas mais amorosas e fraternas. "Eu por primeiro, meus amigos por derradeiro" se transforma no lema "Meus amigos por primeiro, eu por derradeiro" significado maior de uma vida que cumpriu seu processo de individuação, tornando o indivíduo senhor de si mesmo.

Boi Aruá IV

Boi Aruá III

Boi Aruá II

Boi Aruá I

Relata a história de um fazendeiro orgulhoso cujo poder é desafiado sete vezes pela extraordinária aparição do BOI ARUÁ, o Boi Misterioso, até o derradeiro confronto quando se despoja das máscaras e celebra fraternalmente a vitória sobre si mesmo.

Ler Inspira as Crianças

Este video constitui um acto promotor da leitura. Trata-se de um filme publicitário anglo-saxónico muito interessante.

Infelizmente produtos desta qualidade não aparecem ainda nos meios de comunicação social lusos.

É curioso que na televisão espanhola, TVE e canais autonómicos andaluzes, se faça publicidade à leitura nos horários nobres.

E em Portugal? De facto há o Plano Nacional de Leitura (PNL, que até promove programas / concursos televisivos na RTP. Mas será que a nossa campanha é atractiva? Penso que não. Falta esse lado mágico que este pequeno filme apresenta.

Tuesday, July 3, 2007

Equipamento do Benfica

O novo equipamento suplente da equipa do Benfica tem sido motivo de muita conversa nos últimos dias. Tem-se ouvido comentários de todo o género, a grande maioria disparates enormes.