La Lectrice

A pintura a óleo do artista francês Jean-Honoré Fragonard - La Lectrice - sempre me suscitou muito interesse. Trata-se de um quadro que retrata um momento de leitura por parte de uma jovem. A personagem está concentrada na leitura e envolta por um silêncio que lhe permite usufruir do texto. Do rosto da jovem transparece o gosto pela leitura.

Quando olho para esta tela não posso deixar de comparar quão diferente é esta cena da realidade actual em que os jovens dedicam tão pouco tempo à leitura, em que os jovens não valorizam a leitura enquanto fonte de conhecimento.

Vivemos numa época do ruído em que existe um medo do silêncio. Os jovens ouvem música com o som muito alto, mesmo quando utilizam fones; no cinema, o som está sempre com o volume muito alto; muitos estabelecimentos de restauração de cadeias de fast-food disponibilizam aos seus clientes o visionamento de canais de música ou cinema enquanto comem, colocando o volume do som muito alto.

Perante estes hábitos quotidianos, os jovens têm dificuldade em usufruir de momentos em que precisam de concentração para apreenderem a mensagem escrita.

O leitor é um ser activo, ao contrário do ouvinte ou do (tel)espectadores que podem sê-lo ou não.

Ainda Bayrou

Tenho reflectido sobre a possíveis consequências que o cancelamento do debate entre Segolène Royal e François Bayrou no Canal+, por alegada pressões exercidas por Nicolas Sarkozy junto dos responsáveis do canal privado francês, poderão ter junto do eleitorado.

A persistência de François Bayrou em criticar Sarkozy sobre este assunto poderá levar eleitores seus da 1ª volta a considerarem que ele se encontra mais próximo da candidata socialista ou, pelo menos, com mais atritos e divergências com Sarkozy.

Morreu Rostropovitch

O violoncelista russo Rostropovitch faleceu, hoje, em Moscovo, aos 80 anos de idade.

Este músico ficará na história como um defensor da liberdade face à opressão permanente das autoridades soviéticas, além de um excelente homem das artes. Em 1989, ele actuou junto ao Muro de Berlim, comemorando a queda deste.

São Marcos

No dia 25 de Abril comemora-se o dia de São Marcos. Neste dia, realiza-se anualmente na aldeia do Pereiro, no concelho de Alcoutim, em plena Serra do Caldeirão (Algarve), a Feira de São Marcos.

Trata-se de um autêntico acontecimento social, além de comercial. Toda a gente das redondezas aproveita para ir à feira, encontrando familiares e conhecidos.

Promoção da Leitura

O Ministério da Educação implementou este ano uma estratégia de promoção da leitura junto das escola a que deu o nome de Plano Nacional de Leitura.

Este ano começou pelo Pré-Escolar, 1º e 2º ciclos do Ensino Básico, devendo estender-se aos restantes níveis de ensino nos próximos anos.

No âmbito deste programa, o Ministério da Educação decidiu apetrechar as escolas com mais obras de leitura recreativa. Muitos foram os estabelecimentos de ensino que receberam verbas para adquirir essas obras. E não foram poucas as escolas, pois houve editoras que esgotaram o seu estoque.

Presidenciais Francesas II

A recente declaração de François Bayrou, por volta das 17 horas, de que não dará indicação aos seus eleitores em quem deverão votar na 2ª volta, lança uma grande incógnita sobre os resultados.

Ambos os candidatos da 2ª volta fizeram tentativas no sentido de obterem junto de Bayrou um acordo pré-eleitoral que lhes permitisse assegurar os votos que este obteve na 1ª fase do escrutínio.

Penso que Segolène Royal poderá tirar partido desta decisão de Bayrou, uma vez que este tinha ido buscar bastantes votos à candidata socialista e que agora deverão regressar.

Presidenciais Francesas

Os resultados da 1ª volta das eleições presidenciais francesas constituem desde logo uma vitória para Segolène Royal por se tratar da primeira mulher a conseguir chegar à 2ª volta.

No decurso da campanha eleitoral, a candidata socialista foi perdendo o estado de graça que viveu aquando do anúncio da candidatura.

Neste momento, os factores mulher e ainda por cima bonita já não são factores que influenciem muito o eleitorado.

Na 2ª volta, Segolène Royal terá de fazer uma campanha baseada mais nas ideias e conseguir transmitir ao leitorado aquilo que verdadeiramente a distancia de Sarkozy.

Évora

Fui hoje a Évora por questões profissionais e, enquanto andava pelas ruas e avenidas da cidade, dei-me conta de quão poética é esta urbe alentejana. Essa poeticidade não é exclusiva do centro histórico.
Momentos houve em que me senti transportado para a Évora da Aparição de Vergílio Ferreira, nomeadamente quando vi uma bela casa na Avenida João de Deus, próxima do Colégio do Espírito Santo, actual edifício pertencente à Universidade de Évora.
Essa casa, diria apalaçada, recorda outros tempos, quando as famílias abastadas viviam na cidade e tinham outras propriedades rurais nos arredores, que lhes davam o sustento para habitarem a urbe abastadamente.
Isto não é exclusivo de Évora nem sequer do Alentejo.

Amos Oz II

O jornal Público ofereceu ontem, junto com a aquisição do periódico, um pequeno livro do escritor israelita Amos Oz, intitulado Contra o Fanatismo, publicado originalmente em 2002.
Trata-se de um conjunto de pequenos ensaios, que originalmente foram apresentados ao público sob a forma de conferências, e em que o autor analisa a questão do fanatismo.
O autor apresenta uma visão original do tema, expondo algumas ideias bastante interessantes, de que daremos conta nos próximos dias.

Literatura de Viagens

Durante os séculos XV a XVI, no período dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa pelo mundo, houve uma vasta produção de textos que hoje consideramos literatura de viagens e que engloba textos tipologicamente muito diversos. Encontramos diários, relatos de viagens, cartas, ...
Esses textos permitem-nos apreender a forma como os portugueses viam os povos que iam encontrando pelo quatro cantos do mundo.

Amos Oz

O escritor israelita Amos Oz (1939- ) é considerado o mais significativo autor de literatura em língua hebraica da actualidade. São várias as suas obras publicadas em Portugal pelas Edições ASA: A Terceira Condição, O Mesmo Mar (1999), Não Chames à Noite Noite (1994), O Meu Michael (1968), Uma História de Amor e Trevas (2003) e Uma Pantera na Cave (1995).
A sua obra questiona permanentemente a postura do povo israelita no mundo e a sua relação com os vizinhos árabes. É uma voz crítica e, por vezes, incómoda. Trata-se da cara mais conhecida do movimento pacifista Peace Now.